segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Revendo conceitos sobre: a integração/inserção/inclusão social do deficiente

Retomando  a  monografia  observei  como  fui  criteriosa  em  relação  as  definições  que  permeiam  a  inclusão  do  deficiente.
A  minha  trajetória de  luta  pela  escolarização de  um  filho  deficiente,  foi  sinuosa  porque  a  prática escolar  se  instalou  sem  a  teoria, apresentando uma lógica difusa,  que  vagueava  entre  o  falso  e  o  verdadeiro  peremptoriamente.
Esse  terminantemente  era  o  problema,  a última  palavra  sobre  incluir  estava  distituída  de  sentido, e  eu  com  a  teoria  nas  mãos, sem  ter  como  fazer-lhe  factível.
Em  muito  momentos  questionei-me  para  que  tantas  leis  se não  chegavam  as  escolas  e  sua  equipe, e  o  que  ofereciam  era  tão  aquém  ao  possível.
A  velocidade  dos  estudos sobre  inclusão  infelizmente  é  geométricamente  proporcional  ao  seu  completo  desconhecimento  nos  estabelecimentos  de ensino.
Trilhei cada  meandro  desse  caminho,  atribuindo importância  a cada  termo de  nossa  língua,  pois  trazem  consigo  um  atuar  em  relação ao  acesso,  permanência  e  qualidade  no  atendimento ao  deficiente  escolarizado.

                                            sinuosa estrada para a inclusão

...continuação  da  monografia

Os termos integração, inserção e inclusão são usados muitas vezes como sinônimos, nos estabelecimentos de ensino, pelo corpo docente, administrativo e comunidade escolar.

Devido a pesquisas para  expender a inclusão, esses conceitos  atualmente assumem caráter  distinto, porém mantém conotação, quanto a forma de conduta, para promover a interação entre  escola  e alunos PNEE.
a)  Integração
 “A integração educativa-escolar refere-se ao processo de educar-ensinar, no mesmo grupo, a crianças com e sem necessidades especiais, durante uma parte ou na totalidade do tempo de permanência na escola”. (MEC, 1994)
“Integração é um processo gradual e dinâmico que pode tomar distintas formas de acordo com as necessidades e habilidades dos alunos”. (Cordeiro, 2001)
A  escola que integra o PNEE, procura otimizar a aprendizagem através de minimizar as necessidades especiais.      Comumente prefere atendê-los em classes separadas,  argumentando  formarem um grupo reduzido,  que por conseguinte, evidencia melhor rendimento escolar.
           Segundo Mantoan, “toda criança precisa da escola para aprender e não marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte”. (MANTOAN,1988)
      
Assim esses alunos PNEE estão integrados a escola regular de ensino, com os mesmos direitos de acesso e permanência, no mesmo grupo, porém com distinção de turma.
Em  outros casos estão misturados a turma regular e são marginalizados pelos colegas, por não aceitarem suas diferenças. Denotando a falta de preparo social para integração do PNEE.

           Constatamos então que a integração como propósito de lei não se instituiu, pois o aluno permaneceu segregado dentro do contexto escolar.

          O equilíbrio emocional do aluno PNEE é fundamental para seu desenvolvimento escolar, pois diariamente busca vencer os obstáculos advindos pela   sua diferença, num constante aceitar-se e negar-se.
Enfrentar portanto um grupo despreparado que  lhe atribui rótulos e o estigmatiza, é uma tarefa árdua que mina sua auto-estima, desmotiva sua freqüência e  dificulta o rendimento escolar.
Segundo Branden a auto-estima tem dois componentes inter-relacionados. A auto-eficiência que significa confiança na capacidade de pensar e o auto-respeito que é uma atitude de afirmação do direito de viver e de ser feliz.
O aluno PNEE com baixa auto-estima está prejudicado em sua real capacidade de  desenvolvimento, ferido no seu direito de existir e conviver.

            Assim resume Branden: “a auto-estima é a disposição para experimentar a si mesmo como alguém competente  para  lidar  com  os desafios básicos da vida e ser merecedor da felicidade”. Observamos que a integração, por si só, se esvazia como propósito de inclusão, promovendo seu oposto, o isolamento social.


Magda Cunha

*Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
  consultora na rede pública e particular de ensino.
  mag-helen.maravilha@gmail.com
  www.promaravilha.blogspot.com



                         







































Nenhum comentário:

Postar um comentário