quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Experiência de professoras com a inclusão


           As professoras

As  professoras entrevistadas tiveram opiniões contrárias a respeito do aluno PNEE, algumas afirmaram que a inclusão escolar na verdade  excluí e outras que sem participarem da vida escolar regular continuam segregados socialmente.

  a) A professora N.B.Almeida, 40,  durante sua prática como professora de Ensino Fundamental, coordenadora  e até diretora escolar percebeu uma grande discriminação aos alunos    PNEE incluídos na rede regular de ensino público. Por parte dos alunos, professores e até mesmo pessoas da área administrativa.

  Para explicar essa atitude N.B.Almeida relatou que:

“a integração dos alunos PNEEs não foi preparada previamente, não houve um tratamento de base, uma capacitação para o corpo docente, uma conscientização   dos   alunos regulares para entenderem e acolher os colegas especiais, uma orientação ao corpo administrativo  para  dar  suporte necessário aos professores e alunos em questão. Assim a inclusão não funcionou, os alunos PNEEs ficaram marginalizados,  prejudicados em suas aprendizagens e interações sociais”.

   A solução apresentada por N.B.Almeida para que os alunos PNEEs sejam incluídos na rede foi: 

“mantê-los em escolas especiais e preparar o contingente regular de ensino para acolhê-los com dignidade, não de faz de conta, respeitando seu direito de aprender e conviver socialmente”.

         b)  A professora  de Ensino Fundamental T.G.Santos, 32, confirma a opinião de N.B.Almeida sobre a inclusão escolar dos alunos PNEEs na rede  regular de ensino  e comenta a expectativa dos responsáveis  em relação a escolarização dos mesmos.


Alguns pais são conformados e resignados,     os    aceitam     com    suas limitações, não têm grandes expectativas em relação a eles; em outros percebemos uma certa revolta e inconformismo não apresentando nenhuma expectativa perante eles. Acabam realizando todas as tarefas por eles, por não acreditarem em seus potenciais; e por fim, existem uns poucos pais que os aceitam e lutam por torná-los independentes, preparando-os para uma vida digna, inserindo-os na sociedade”.

  Para professora T.G.Santos a família tem papel preponderante nas relações de desenvolvimento cognitivo, auto-estima e socialização. Afirmou que o preconceito está em todos lugares (família, escola, sociedade) e precisa ser eliminado, para que haja uma nova consciência do que é um sujeito portador de necessidades especiais.

   Concluiu esperançosa seu relato:

“seria ideal que o sistema de ensino os ‘abraçasse’, pois convivendo com as crianças ditas ‘normais’ eles teriam  chances de: desenvolver mais rapidamente  e  serem aceitos com maior facilidade na sociedade”.

  c) A professora V.L.Gadeia,37, que atua em escola privada de educação infantil, nas disciplinas de música e educação física, munida  de  intuição, amor  e bom senso, relatou  o seu trabalho de  inclusão com alunos PNNEs  desde 1997.

  Quando V.L.Gadeia recebeu o primeiro aluno especial em sua turma,  a direção da escola somente comunicou que ele tinha síndrome de Down,  não oferecendo suporte algum para trabalhar.

  Relatou que as crianças o acolheram normalmente, sem fazer menção às suas diferenças e a medida que aparecia alguma dúvida, pesquisava para poder melhor intervir.

   Assim atuava V.L.Gadeia:

Percebi que não podia trabalhar da mesma forma com o aluno Down, então observando quais eram suas potencialidades e limitações, propunha desafios possíveis de serem realizados e sempre dava um jeito para que participasse, de todas elas. Algumas vezes era o juiz, aquele que marcava os pontos com  placas, outras segurava a corda para os amigos pularem ou  dava a ordem para começarem e terminarem. Sempre parecia muito envolvido e feliz com as atividades propostas, o que me fazia crer, estar indo na direção acertada.”

  Essa experiência V.L.Gadeia transferiu para outros alunos PNEEs, sempre os envolvendo nas atividades, respeitando seus limites e fortalecendo suas potencialidades.

   Conclui com muita segurança dizendo:

“Todas crianças PNEEs podem ser incluídas na rede regular de ensino se os professores adotarem essa forma de atuação. Ninguém precisa ser especialista em todas as deficiências, basta ter amor ao ser humano, colocar-se em seu lugar, pensar no que seria bom se tivesse essa limitação e buscar informações a respeito das melhores intervenções possíveis. Não digo que isso não de trabalho, mas um planejamento pode ser plenamente adequado para as NEEs, se for visto nesse aspecto, o que facilita muito a prática”.


             d) A  professora I.F. Carvalho, 34, leciona na rede privada de ensino para turmas de 7ª e 8ª séries do ensino fundamental.

   Para   ela os alunos PNEEs dependem de alguns fatores para a inclusão acontecer.

“A escola precisa ter estrutura, estar preparada para lidar com o diferente, acho que aí vale a pena esse trabalho em escolas ‘normais’...Quando sofrem discriminação e não têm suas necessidades atendidas por falta de pessoal especializado, o aluno PNEE será melhor atendido em uma escola especial”.

  Relatou que a escola em que está trabalhando lhe dá suporte no atendimento dos PNEEs e que as dúvidas podem ser tiradas de outra forma:


“De modo geral a escola oferece suporte para trabalharmos com aluno inclusivo, pois nem sempre conhecemos o diagnóstico. As vezes é preciso buscar a troca de experiência com outros profissionais”.

   Um outro fator relevante, citado pela professora, foi:

  “Faltam recursos materiais (audio-visuais, material pedagógico diversificado, jogos e brinquedos)”.


   e) A professora I. C. Pinheiro, 46, professora da rede pública escolar, leciona há vinte anos no ensino fundamental estadual  nas primeiras séries  e na rede municipal em educação infantil .

    Relatou que existe uma indisposição geral entre os professores para incluírem os PNEEs em classes regulares de ensino.

   Segundo I.C.Pinheiro os professores sentem-se inseguros e pressionados  pela direção escolar, que não lhes dá  o mínimo suporte, arcando sozinhos com a responsabilidade do fracasso ou êxito.

    Em sua opinião:
“A inclusão dos alunos com necessidades   educacionais   especiais deve ter os mesmos  objetivos da educação de qualquer aluno, embora se faça necessário, em alguns momentos modificações ou adaptações na organização e no funcionamento para que tais alunos alcancem os objetivos estabelecido”.

     Quanto a estrutura escolar I.C.Pinheiro acredita que:

“Inclusão exige rupturas, no aspecto de que à escola cabe  adaptar-se à necessidades dos alunos e não aos alunos se adaptarem ao modelo da escola”.

Magda Cunha



Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
consultora na rede pública e particular de ensino

mag-helen.maravilha@gmail.com
www.promaravilha.blogspot.com



                                

















































































     


     
     

     
     

     

     

                                    





































































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