sexta-feira, 22 de julho de 2011

Juramento


Quem  já  não  viveu situações frágeis? Que demonstram um  pensar  contrito  e  um  olhar apequenado.
Na  interação  professor/aluno tem-se  uma  co-participação, com  o  que  vemos e sabemos estar fugindo  dos  padrões dignos.

De forma variada observamos a violência (psicológica, verbal, sexual, física e a negligência) que paira sobre a sociedade, um reflexo da supressão dos direitos mínimos de cidania.
A escola é um mix de tudo isso, naquelas carteiras está o retrato do Brasil, ora miserável, ora abastado, ora remediado, ora revoltado, ora esperançoso, ora descrente...
A frente desse corpo discente estamos nós, docentes, cidadãos, com sentimentos proporcionais a esses, ora tanquilos, ora indignados, ora otimistas, ora decepcionados ...
Portanto corroboramos que o  aluno é  o  produto  social, que retrata a família  e seus  valores.

Então  até  onde  nos  comprometermos?
Quanto  irá  modificar  a  rotina  dos  alunos  nossa  interferência?
O que fazer para dar  uma  guinada  nessa  situação?

O  juramento que fiz ao graduar em Pedagogia  responde  as  duas  primeiras questões:
"Prometo, no exercício de minha profissão, enfrentar os desafios que a educação me propõe, dentro e fora da escola, com criatividade, perseverança e competência, buscando novos caminhos para o processo educacional. Prometo trabalhar por uma educação para a responsabilidade social, ética e política, participando profissionalmente da construção do homem íntegro, da humanidade e da pátria."

A  terceira  não  tem  uma  única  solução,  mesmo  porque  a  sociedade  é  dinâmica  e  demanda um  conjunto de  procedimentos. Contudo  algumas ações  já  foram implantadas  na  rede  pública  de ensino:

Levar  para  escola campanhas  educativas de sáude e emprego. 
Proporcionar lazer cultural  diversificado  e  de baixo  custo.
Fazer  parcerias  com  ongs  voltadas  para  formação  do cidadão,  empresas  do  bairro  para  acolher  os  estudantes  para o  primeiro  emprego.
Conhecer  e  fortalecer  laços  com  as  famílias  dos  educandos  e  comunidade  de bairro,  para  enriquecer  o  conhecimento  e  desenvolver  projetos  para  melhoria  do  entorno  escolar.
Desvendar  e investir  nas  competências e habilidades  dos alunos,  na  rotina  do  processo  educativo.
Valorizar  os  educadores, com  salários  dignos  e  oferta  de  cursos  para  especialização.

Nada  adianta  implantar  ações  se  nessa  estrutura  escolar  coexistem  modelos  desajustados  como:

O  professor  descomprometido,  que despreparado  exerce  a violência psicológica ou agressão emocional, tão ou mais prejudicial que a física, que é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. 
Essa violência não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente provoca cicatrizes para toda a vida, promove  a  evasão  do  aluno,  lhe  devolvendo  para   desestrutura  e  aumentando  os  índices  de  violências.
Esse  que  faz  o  "tipo  professor", mata  a  sede  do  aprender,  a  curiosidade  e  a  possibilidade  de  um  futuro  melhor  para  o  país.

E  o modelo  piorado, que  assusta  mais  que  filme  de  terror, o  professor  negligente, que cruza  os  braços, senta  "na mesa"  literalmente  e  deixa  o barco  correr, dá  de  ombros,  acha  que  não  é  problema  seu  aquelas  vidas  em  formação.
Os danos causados pela negligência podem ser permanentes, graves, pois  rouba  o  âmago  dos  alunos.

Veja  que  estarrecedor,  a  desestrutura social  entra nas escolas, até  pelos  profissionais que  deveriam reverter  essa  situação. Quando o  intuito  era fazer  o  caminho inverso, na busca da formação ética, social e digna do cidadão.
Quem sabe não seria o caso de sentar nos bancos das escolas públicas todos políticos desse país?
A  carência  é  tão  grande, que logo  após o  primeiro  dia  de  aula,   implantariam  melhorias  inigualáveis,  afinal  tudo  para  eles  é  do  bom  e  do  melhor,  né? 

Magda  Cunha

*Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
consultora na rede pública e particular de ensino.
mag-helen.maravilha@gmail.com | www.promaravilha.blogspot.com


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