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Por que Meu Filho é tão Inquieto?
Uma reclamação cada vez mais freqüente de pais e professores está relacionada à falta de concentração das crianças. Muitos pais relatam que o filho apresenta dificuldade de permanecer sentado, de controlar a impulsividade, de ouvir com atenção, de manter o foco visual.
A criança martela a régua sobre o livro, rói o lápis, batuca com os pés
no chão, fica “gangorrando” na cadeira. Como não consegue aquietar-se
para receber o conteúdo transmitido ou para escutar o que seus pais têm a
dizer, tem dificuldade de recordar o que foi dito ou ensinado e até de
repetir as instruções mais simples.
O
diagnóstico parece evidente: a criança sofre de algum distúrbio do
aprendizado. O leque de opções é vasto e não pára de crescer: transtorno
do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), distúrbio do
processamento sensorial, dislexia, disgrafia, e assim por diante. Parece
não haver fim para a quantidade de transtornos do desenvolvimento
identificados pelos especialistas nos últimos anos. E isso deveria nos
deixar perplexos: afinal, o que está acontecendo com nossas crianças?
Um fato importante a ser observado é que, a
cada geração, o aumento da exigência sobre o sucesso acadêmico de
crianças cada vez menores tem sido acompanhado da progressiva redução do
tempo dedicado às atividades corporais energéticas.
É comum hoje em dia acreditar que o fator determinante para o
aprendizado é o tempo que se passa sentado em sala de aula, estudando. A
“aula de Educação Física”, espremida no currículo escolar entre as
“matérias importantes”, é vista por muitos com uma certa desconfiança. O
resultado disso é que o corpo das crianças nunca esteve tão
despreparado para aprender: a criança precisa movimentar-se para ter
condições de aprender melhor.
Pesquisadores
nos Estados Unidos têm descoberto que muitas crianças em idade escolar
apresentam problemas relacionados à postura, deficiências no sistema
vestibular (equilíbrio e coordenação), falhas no desenvolvimento da
musculatura do core (força nuclear corporal) e sobrecarga sensorial
(excesso de estimulação visual, auditiva etc.), o que tem um impacto
direto sobre o desenvolvimento cognitivo e, conseqüentemente, sobre o
desempenho acadêmico.
Para
piorar a situação, hoje é comum trocar o “brincar lá fora” por jogos de
videogame ou exposição a monitores, e assim a criança permanece sentada
por ainda mais tempo. Além disso, a excessiva exposição a monitores
provoca sobrecarga sensorial,
que pode desencadear na criança, dentre outros sintomas,
irritabilidade, dificuldade de interação social, fotofobia, dificuldade
de concentração, excessiva sensibilidade a barulhos ou a certos
estímulos físicos (como o toque), tensão muscular, distração, problemas
do sono e surtos de agressividade.
Dada essa situação, antes de buscar diagnósticos psiquiátricos, é importante investigar
se seu filho está se exercitando na quantidade exigida por seu corpo,
de modo a criar condições físicas adequadas ao desenvolvimento
cognitivo. Duas horas de futebol por
semana não são suficientes. As atividades precisam ser diárias – embora
muito simples -, pois são tão necessárias ao desenvolvimento de seu
filho quanto o alimento e o sono.
Não é sem razão nossa insistência na prática de ginástica pelas crianças, bem como de atividades de normalização e de psicomotricidade.
Por
isso, o “brincar lá fora” – correndo, subindo em árvores, brincando nas
barras, rolando na grama ou na terra, pulando amarelinha, saltando,
jogando queimada ou peteca etc. – é coisa muito séria. Habilidades motoras pouco desenvolvidas podem comprometer o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado da criança.
Por
isso, se você quer realmente ajudar seu filho a aprender, antes de
sentá-lo numa cadeira e enchê-lo de folhas de atividades, deixe que ele
se movimente! Confira estas dicas: elas podem lhe servir de inspiração.
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