Fonte: Blog Como educar seus filhos
http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/atividades-para-estimular-as-funcoes-executivas-dos-3-aos-5-anos/?utm_source=blog&utm_medium=text_blog&utm_campaign=memoria_flexibilidade_foco_funcoes_executivas&utm_content=atividades_estimular_funcoes_executivas_3a5_anos
Atividades para Estimular as Funções Executivas dos 3 aos 5 anos
Este é o terceiro artigo da série sobre estimulação das funções executivas. Apresentaremos hoje atividades para crianças entre 3 e 5 anos.
Segundo
estudos, nessa fase da infância as habilidades das funções executivas e
de auto-regulação crescem em ritmo acelerado. Daí a importância de adaptar
as atividades às habilidades de cada criança e reduzir gradativamente a
ajuda prestada para que ela vá ganhando autonomia, conseguindo
resolver cada vez mais problemas sozinha. As crianças mais novas
precisarão de mais apoio para aprender e lembrar regras e padrões ao
passo que as mais velhas conseguirão ser mais independentes.
BRINQUEDOS
Estimule as crianças a criarem seus próprios brinquedos
Desde
muito pequenas, as crianças se divertem com os objetos que encontram
pela casa. Por volta dos 3 anos elas já estão mais aptas a “transformar”
os objetos, adaptando-os com o auxílio de um adulto, recortando,
colando, pintando, etc.
Há
vários materiais que se pode aproveitar para confeccionar brinquedos.
Caixas de papelão convertem-se em carros, navios pirata, trens, aviões,
castelos, casas, camas, fogões… Com galhos, pedrinhas, areia e terra,
criam-se incríveis cenários para brincar com bonecos e animais de
brinquedo. Rolos de papel alumínio viram lunetas, foguetes e torres de
castelos. Lençóis e toalhas velhas amarrados a cadeiras, grades ou
hastes transformam-se em lindas cabanas onde as crianças podem passar
horas brincando ou ouvindo histórias.
Pega varetas
Este jogo já foi indicado aqui.
Além de ser um bom treinamento para a coordenação motora fina, ele
exercita as habilidades das funções executivas, é barato e tem regras
muito simples.
Quebra-cabeça
Como já dissemos anteriormente,
os quebra-cabeças ajudam a desenvolver a capacidade de resolver
problemas com apenas uma solução possível, treinam a memória de curto
prazo e as capacidades cognitivas de comparar, analisar e sintetizar.
Para
crianças de 3 a 5 anos, o ideal é escolher um quebra-cabeça de 20 a 60
peças grandes ou médias. Se a criança tiver muita dificuldade, ajude-a
dando dicas de como posicionar as peças. Quando montar um determinado
quebra-cabeça já for uma tarefa fácil para o pequeno, providencie um
novo, mais desafiador.
BRINCANDO COM A IMAGINAÇÃO
Quando
uma criança brinca de bombeiro, de médico, de cozinheiro ou de
professora, ela estabelece certas regras que orientarão sua conduta
durante a encenação. Ao longo da brincadeira, ela busca seguir aquelas regras e inibe impulsos e atitudes que não se adequam ao papel desempenhado. Em geral, ela se inspira em adultos com que tem algum contato ou em personagens de livros, filmes ou desenhos.
Ela atua
como o médico examinando um paciente, dando uma injeção, prescrevendo
medicamentos… O “doutor” fala com a segurança de um doutor, o doente age
e fala como um doente, com a voz fraca, denotando certo medo. A menina
que embala a boneca diz que tem nos braços sua filha. Leva-a para
passear no carrinho, troca suas fraldas, dá-lhe de comer. Para encarnar o
papel de mãe, a menina imita a voz de sua própria mãe, seu linguajar e
suas expressões faciais.
Embora crianças mais novas costumem brincar sozinhas, crianças com 3 anos ou mais já estão aprendendo a brincar com outras de maneira cooperativa,
assim como a regular o comportamento delas. É comum vermos meninos de 4
ou 5 anos corrigindo colegas que desrespeitam as regras de uma
brincadeira ou que infringem normas estipuladas pelos adultos.
Seguem algumas dicas de como promover brincadeiras imaginativas mais frutuosas:
Faça viagens para o campo, para a praia, para as montanhas e leia muitas histórias. Em
geral, o repertório das crianças pequenas é limitado, restringindo-se
ao que observam à sua volta. Os pais devem, portanto, ajudá-las a
preencher as lacunas deixadas por uma experiência de vida restrita. Como
fazê-lo? Nutrindo-lhes com imagens ricas, alimentando-lhes o
imaginário.
Coloque
seu filho em contato com as mais variadas belezas da natureza e com
muitas situações e tipos de comportamento humano representados pela boa
literatura e pela arte. Ele irá se maravilhar com tudo isso e não terá
apenas um repertório maior para as brincadeiras; estará apurando o senso estético, a sensibilidade e a inteligência, e conhecendo e aprendendo a ler a realidade com os grandes autores e artistas e com o Autor do mundo.
Disponibilize materiais para as brincadeiras. Crianças
pequenas podem precisar de “muletas” nas brincadeiras imaginativas, que
as ajudarão a ingressar na fantasia: um quadro negro para brincar de
professora, espadas e um chapéu para brincar de pirata, um pano para o
doutor enfaixar o braço do paciente, uma bolsa para o carteiro levar as
correspondências. Não há necessidade de comprar nada. Com o material que
se tem em casa é possível inventar muita coisa! Reaproveitar objetos é
uma ótima maneira de exercitar a flexibilidade cognitiva.
CONTANDO E ENCENANDO HISTÓRIAS
Além de manter a prática da leitura em voz alta – fundamental para a alimentação do imaginário, o aumento de vocabulário e o contato com estruturas frasais mais complexas -, estimule a criança a recontar histórias que ouviu, a criar e contar as suas próprias e a fazer encenações.
As crianças adoram! As primeiras histórias criadas costumam ser um
encadeamento de eventos com alguma relação entre si, mas sem uma
estrutura mais ampla. Com a prática – associada à escuta freqüente de
histórias -, elas irão desenvolver enredos mais complexos e organizados.
Contando e recontando histórias, elas têm de armazenar e utilizar
informações da memória de trabalho e usar a criatividade.
Incentive a criança a contar histórias para você. Escreva-as
e leia-as posteriomente para ela. Ela também pode fazer desenhos ou
pinturas a partir da história criada e criar seus próprios livros de
histórias – obviamente, se se tratar de uma criança que ainda não
escreve, você terá de escrever em seu lugar.
Crie histórias em grupo.
Uma criança inicia contando uma história e as demais vão dando
prosseguimento ao enredo. Para tanto, ela terá de prestar atenção ao que
as outras pessoas dizem, esperar pela sua vez, refletir sobre possíveis
reviravoltas e pensar em uma continuação para a história. É um desafio
para a atenção, a memória de trabalho e o auto-controle.
Proponha a encenação de histórias.
Escolha uma história de que a criança gosta muito, leia-a para ela e
escreva no papel um resumo com as principais cenas em seqüência. Junto
com a criança, crie figurinos e adereços para incrementar a encenação.
Isso ajuda a criança a empolgar-se com a atividade e a envolver-se com a
história.
CONTROLANDO O CORPO
Atividades físicas
Essa é
uma ótima idade para as crianças começarem a brincar em balanços,
gangorras e estruturas para escalada. Providencie também cordas,
colchonetes, bolas, pneus, bambolês, traves de equilíbrio e construa
circuitos que desafiem a criança a fazer movimentos como saltos,
aterrissagens e rolamentos. Ao passar por essas atividades, elas
precisam concentrar-se, monitorar e ajustar suas ações e persistir para
alcançar o objetivo. Eles ainda as ajudarão a adquirir consciência
corporal e noção espacial, o que abre caminho para um bom desempenho em
leitura e escrita no futuro.
Normalização
Convide a criança a fazer a lição do silêncio e a realizar atividades de vida prática –
como transvasar líquidos e sólidos, abotoar camisas, pegar objetos com a
pinça, dobrar camisas, etc. Essas são formas muito eficazes de
ensiná-la a controlar e neutralizar os movimentos do corpo
conscientemente e a inibir movimentos dispersivos.
Brincadeiras com música
Jogos e
brincadeiras envolvendo música, gestos e movimentos corporais estimulam
as funções executivas, porque as crianças têm de se mover em um
determinado ritmo e sincronizar palavras e ações com o andamento da
música. Todas essas tarefas colaboram com o controle inibitório e a
memória de trabalho. É importante que essas canções e jogos sejam cada
vez mais complexos. Assim representarão sempre um desafio para as
crianças e evitarão que percam o interesse.
Cante
uma música em andamento muito rápido e depois em andamento muito devagar
e proponha à criança que acompanhe o ritmo da música. É algo simples,
mas exige que a criança esteja atenta aos comandos verbais e acelere e
desacelere seus movimentos logo que os ouvir. A clássica dança das
cadeiras e a brincadeira vivo-morto são outras formas de exercitar a
atenção e o controle.
Gostou das dicas? Não perca as sugestões de atividades para crianças de 5 a 7 anos que publicaremos na semana que vem!
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