quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ler,entender e interpretar ...

Brasil precisa enfrentar desafio do analfabetismo funcional !!!


               Além de reduzir  o percentual  de  brasileiros que não        sabem  ler  e   escrever   (10%),  o  País   tem    o  desafio               de   combater   o  chamado  analfabetismo   funcional, que        atinge 25% da população com  mais de 15 anos, de acordo               com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios     (Pnad), do Instituto Brasileiro   de   Geografia  e  Estatística   (IBGE).
                Há   diversos  conceitos  para  classificar o analfabeto              funcional. Para  a Organização  das  Nações Unidas para  a Educação,a Ciência e a Cultura (Unesco), é o indivíduo com     menos de quatro anos de estudo completos.
               O   analfabeto  funcional,  em geral,  lê e escreve frases      simples, mas  não  é  capaz  de  interpretar  textos  e colocar            idéias no papel."De certa forma, eu avalio que é um problema   maior  do  que  o  analfabetismo  absoluto, porque  este  vem          sendo reduzido. Mas  o  analfabetismo  funcional    cresce",       avalia  a   diretora  executiva  do  Instituto  Paulo  Montenegro          (IPM), Ana Lúcia Lima.
              O  IPM,  que  é  um  braço  do  Ibope,  criou  em  2001  o         Indicador  de Analfabetismo Funcional (Inaf), em parceria com          a  organização  não  governamental  Ação Educativa. O índice      mede os níveis de analfabetismo funcional  na população entre       15 e 64 anos. Para  isso, de  dois em dois anos, são aplicados  testes  e  questionários  a  cerca de 2 mil pessoas em todas as  regiões do País.
              O Inaf divide a população em quatro níveis, de acordo com suas habilidades  em  letramento  e matemática:  analfabetismo, alfabetismo rudimentar, alfabetismo básico e alfabetismo pleno. Segundo o Inaf de 2007,  7%  dos brasileiros são analfabetos e   21%  têm  habilidades  rudimentares,  ou seja,  são  capazes de localizar  uma  informação  explícita  em textos curtos, mas  não conseguem compreender textos, tirar conclusões ou ler números   na casa dos milhões.
              Os testes  do  Inaf  simulam  atividades  do dia a dia como interpretação de uma notícia de jornal , leitura de um anúncio de emprego  ou  cálculos de  percentuais simples. "Essa avaliação           é  para  mostrar  justamente  como está  a nossa sociedade em   termos do principal legado que a escola deixa: a capacidade de       o sujeito transitar pela cultura escrita com autonomia", explica a pesquisadora Vera Masagão, da ONG Ação Educativa.
             Apesar de dominar minimamente a escrita, a leitura e a matemática, o analfabeto funcional tem limitações que dificultam atividades simples do cotidiano além de prejudicar a sua inserção no mercado de trabalho e em outras esferas. Foi a necessidade de "aprender a ler e escrever direito" que levou a empregada doméstica Marileia Ferreira, 34 anos, a retomar os estudos, depois de passar muitos anos afastada da sala de aula. Ela havia freqüentado a escola quando era criança, no interior do Maranhão, e hoje está matriculada em uma turma de educação de jovens e adultos no Distrito Federal.
         "Eu chegava a chorar de decepção. Eu estava na parada e não conseguia ler a placa do ônibus. Tinha muita vergonha,  mas hoje melhorei e já leio bastante.  Fico muito feliz por isso", conta       a moradora da cidade de Santa Maria, no Entorno de Brasília.       
          Para o presidente da Ação Educativa, Sérgio Haddad, o analfabetismo  funcional    é   um fenômeno novo, que se deve, principalmente, à baixa qualidade do ensino público.
          "Esse é um fenômeno recente porque antes não existia o direito à escola. Ou seja, antes as pessoas não passavam pela escola, agora elas passam, mas a qualidade é tão ruim que, na verdade,   elas   passam   e  não  adquirem  os  conhecimentos necessários. Elas têm noções de leitura e escrita,  mas  não  o suficiente para utilizar no seu cotidiano", critica.
         Na avaliação dele, é preciso encerrar o problema com a garantia  de  educação de qualidade para que as crianças e os   jovens  saiam  da  escola  com  domínio  pleno da leitura e  da       escrita. "Precisamos melhorar bastante a qualidade da  escola     para que não se produzam mais analfabetos  funcionais como          a gente vem fazendo. A torneira continua vazando", acredita.
         Além  da  falta  de  qualidade  do  ensino, a pesquisadora        Vera  Masagão  aponta  o baixo número de anos de estudo da população  como   fator   determinante   para  o  analfabetismo    funcional. A  maioria  das  pessoa s está saindo da escola sem completar sequer o ensino fundamental.  Para o sujeito ser  um usuário  da  leitura   e   da  escrita,  entender alguma coisa, não          basta  o  beabá. Ele  precisa  se  socializar  nesse  universo de       cultura  escrita  e  para  isso  é  necessária  uma  escolarização          mais alongada.
         Para a diretora executiva do Instituto  Paulo  Montenegro, alfabetizar as crianças atualmente  é  mais  difícil do que há 20      anos.  "O  acesso  ao  ensino  está   garantindo,  mas   tem   a           questão  da  qualidade.  Essas  pessoas   que  estão  entrando        agora na escola são frutos  de  famílias  que  não tiveram essa oportunidade,  por  isso  o desafio  da escola é ainda maior. O     déficit já vem da origem", observa.
          Ana  Lúcia  defende   que   a   redução   dos   índices  de analfabetismo  funcional  é essencial para "cuidar das próximas gerações".

Fonte  Terra

4 comentários:

  1. Acho essa notícia muito triste, nós que já estamos a algum tempo traalhando com educação percebemos que a a qualidade está decaíndo a cada dia, a cada ano letivo percebo crianças com um grabde déficit no aprendizado a minha percepção é que iniciam muito cedo a educação infantil (com diversas apostilas) e quando chegam no ensino fundamental estão totalmente desestimuladas a estudar e com grande aumento de indisciplina. Precisamos urgentemente desenvolver um ensino de qualidade que realmente promova o aprendizado.

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    1. Concordo com vc Pati, infelizmente algumas escolas são depósitos de crianças e a qualidade da educação fica muito prejudicada.
      A aprendizagem depende de mobilizaçao interna, de querer descobrir, de sentir-se parte dessa construção.
      Assim os alunos ora observadores, ora pesquisadores, ora contestadores, ora descobridores, ora só, ora em grupo "apreenderão" o mundo que os cerca, e dele farão sua leitura, interpretação e tomarão posse dele, como cidadãos de direito.

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  2. Parabéns Maravilha,
    Muito bom Post!
    Seu Blog é 10+ te ofereço meu selo de aprovação é só buscar em meu Blog.
    Com carinho
    Ivete

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