Oportunidades igualitárias se fazem urgentes nas salas de aula brasileiras.
Posto com entusiasmo esse artigo que revela um trabalho muito bem elaborado e de interesse público.
Precisamos de investimento na área de pesquisa educacional, e que se multipliquem pelo país ações como essa.
Esse programa nos revela possibilidades de mudança na forma de divulgação e acesso democrático aos estudos.
Parabéns aos idealizadores, a todos que participam e que tornam possível a mudança de paradigma na educação nacional, para um país mais justo, igualitário e digno.
A corrupção tem uma solução, a educação.
Magda Cunha
Fonte: Pensar a educação, Revista Presença pedagógica
Programa
Pensar a Educação/Pensar o Brasil
1822-2022
Livros, seminários, programas de rádio e conteúdos para
internet fazem parte das ações do
Programa Pensar a Educação/Pensar o Brasil – 1822-2022.
A proposta é aproveitar
o período que antecede os 200 anos da independência do Brasil para aprofundar o
debate sobre a contribuição da educação para a construção de um país melhor
para todos os brasileiros Criado em 2007, o Programa de Ensino, Pesquisa e
Extensão Pensar a Educação/Pensar o Brasil – 1822-2022 (PEPB) articula projetos
em torno da educação pública.
É desenvolvido por um grupo multidisciplinar de professores
e alunos dos níveis de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), que atuam em diferentes áreas do conhecimento,
como pedagogia, educação física, história, letras e comunicação social.
Trata-se de uma ação que busca criar e desenvolver projetos
voltados para o público em geral, principalmente para os professores,
utilizando diversas mídias para qualificar e expandir a reflexão acerca do
tema.
Os coordenadores do Programa, desde sua concepção, são os
professores Luciano Mendes de Faria Filho, da Faculdade de Educação, e Tarcísio
Mauro Vago, da Escola de Educação Física.
O Programa atribui grande valor ao caráter formativo dos seus integrantes e o
público-alvo, propiciando desenvolvimento contínuo e dinâmico de competências e
favorecendo a consciência da necessidade de redimensionar as ações pedagógicas
e culturais.
Sua proposta é potencializar a indissociável relação das
atividades de extensão com o ensino e a produção do conhecimento acadêmico.
Para cumprir com a
responsabilidade social da universidade pública na produção e divulgação do
conhecimento científico, o Programa retoma a ideia de que a função da universidade
é produzir conhecimento e ser o espaço da crítica qualificada.
O objetivo do Programa é aproveitar o período que antecede
as comemorações dos 200 anos da independência do Brasil (a ser completado em
2022) para propor ações que estimulem a reflexão sobre a contribuição da
educação para a construção de um país mais justo e igualitário.
Para o Programa, a
educação é uma das principais ferramentas para a formação de cidadãos
conscientes de seus direitos e deveres, e
de um maior protagonismo no processo democrático.
De acordo com um dos principais idealizadores do Programa,
Luciano Mendes de Faria Filho (2011), “uma das maneiras de projetar
alternativas viáveis para a construção de um país mais democrático e
igualitário é, justamente, o esforço para pensar os nossos problemas de maneira
plural e diversificada, fugindo de lugares comuns e soluções fáceis”.
Escândalos políticos e transformações de fundo pelos quais
passava a esfera pública no Brasil e no mundo em 2007 motivaram, inicialmente, alguns
questionamentos sobre o silêncio dos intelectuais brasileiros.
Isso deu origem a uma
série de debates sobre democracia, esfera pública e participação política. No
entanto, houve um esquecimento do papel da escola pública.
É como se, infelizmente, nossa intelectualidade acreditasse
que é possível construir uma sociedade democrática sem uma escola pública de
qualidade. [...]
Será por que a escola pública foi abandonada pela classe média,
estrato de onde vem a maioria dos intelectuais?
Será por que, uma vez mais, a escola pública é a escola dos
outros, já que a nossa escola, a dos nossos filhos e filhas, é a escola privada?
(FARIA FILHO, 2011).
O programa busca, assim, alargar e ocupar, como intelectuais
da educação, o espaço de debate sobre a
escola pública no Brasil.
Conjunto de ações
Em 2007, foi realizado o primeiro projeto integrado ao
Programa: o Seminário Nacional, que teve como título Os intelectuais e o debate
público sobre educação no Brasil.
Desde então, esse projeto vem sendo organizado em oito conferências
anuais, que giram em torno de um tema relevante para o debate sobre a educação pública.
Proferidas por importantes pesquisadores da UFMG e de outras
instituições brasileiras, essas conferências são gratuitas, abertas à participação
do público em geral e emitem certificados de participação.
Esses eventos são filmados, gravados em DVD e
disponibilizados gratuitamente. Para alunos de graduação das instituições
públicas e privadas, além do contato com rica discussão sobre o tema educação
pública, a participação no Seminário é também um momento importante para suas
atividades acadêmicas, servindo como atividade complementar de curso.
As conferências integram o currículo do Programa de
Pós-graduação da Faculdade de Educação da UFMG. São voltadas para os alunos matriculados
nos cursos de mestrado e doutorado em educação e de outros cursos da UFMG, mas também
para pessoas graduadas em qualquer instituição de ensino superior, na condição
de disciplina isolada.
Cria-se, assim, mais
um espaço de formação acadêmica que motiva o ingresso na pós-graduação.
O segundo projeto integrado ao Programa é a publicação de
livros que compõem a Coleção Pensar a Educação/Pensar o Brasil – 1822-2022, uma
parceria com a Mazza Edições.
Essa coleção está
organizada em cinco séries, que são:
• Seminários – reúne os textos das conferências proferidas
no Seminário Anual;
• Clássicos da Educação Brasileira – estimula a leitura e
busca aproximar os clássicos da educação brasileira do público geral, em
especial dos professores;
• Estudos Históricos – apresenta trabalhos de história da
educação e de áreas afins que contribuam para ampliar o entendimento sobre o
lugar da educação no âmbito dos projetos do Brasil, delineados ao longo de nossa
história;
• Diálogos – apresenta livros destinados aos professores
sobre temas variados relacionados ao universo escolar;
• Ensaios – publicará textos com sínteses sobre as grandes
questões nacionais, escritos pelos principais especialistas no assunto,
cobrindo os últimos 200 anos da história do Brasil.
O terceiro projeto integrado é um programa radiofônico
transmitido pela Rádio UFMG Educativa, 104,5 FM (confira o link da Rádio no
site da Presença Pedagógica: (www.presencapedagogica.com.br).
Esse projeto é veiculado semanalmente, ao vivo, toda segunda
feira, das 20h às 22h. Está no ar, ininterruptamente, desde setembro de 2007,
tendo sido realizado cerca de 200 programas.
Em 2009, o programa de rádio passou a contar com uma
retransmissão realizada pela Rádio da Universidade Estadual de Maringá, PR. Em
2010, começaram a ser transmitidos alguns programas de rádio, ao vivo,
diretamente de escolas públicas de Belo Horizonte, MG.
Nossa intenção com
esse esforço se resume no propósito de criar condições para que as escolas
públicas de Belo Horizonte possam divulgar as suas práticas e experiências inovadoras
no campo da Educação Básica. Já foram transmitidos nove programas realizados
nas escolas.
O quarto projeto integrado ao Programa é a produção de conteúdos
para a internet, disponibilizados no site <http://www.fae.ufmg.br/pensareducacao>.
Trata-se de um importante meio de divulgação de textos sobre
educação, informações sobre as atividades do projeto, a agenda dos Seminários e
sugestões de leitura.
Conta, ainda, com um
arquivo de áudio, que contém, na íntegra, todos os programas de rádio já realizados.
Os internautas interessados nas ações do Programa podem contar
também com os recursos da interatividade das mídias digitais. Dessa forma, são realizadas
interações dinâmicas por intermédio de redes sociais, como Facebook, Orkut e
Twitter.
Com isso, ampliam-se as trocas de informações e de ideias,
promovendo debates.
A partir dessas ações, desenvolvidas em diversas mídias (impressa,
digital, radiofônica) e também de forma presencial, buscamos democratizar o
acesso ao debate, às pesquisas e ao conhecimento sobre a educação pública no
Brasil.
Referências
Sugestões de leitura:
MOURA, Maria Aparecida (Org.). Cultura informacional e liderança
comunitária: concepções e práticas. Belo Horizonte: UFMG / PROEX, 2011.
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Projeto Pensar a Educação/Pensar o Brasil –
1822-2022. Disponível em <goo.gl/V2ZSd>. Acesso em: 03 out. 2011.
VAGO, Tarcísio Mauro; HAMDAN, Juliana Cesário; INÁCIO, Marcilaine
Soares; SANTOS, Hercules Pimenta dos. Intelectuais e
escola pública no Brasil: séculos XIX e XX. Belo Horizonte:
Mazza Edições, 2009.
XAVIER, Maria do Carmo (Org.). Clássicos da educação brasileira, v. 1. Belo
Horizonte: Mazza Edições, 2010.
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