Retomando a monografia observei como fui criteriosa em relação as definições que permeiam a inclusão do deficiente.
A minha trajetória de luta pela escolarização de um filho deficiente, foi sinuosa porque a prática escolar se instalou sem a teoria, apresentando uma lógica difusa, que vagueava entre o falso e o verdadeiro peremptoriamente.
Esse terminantemente era o problema, a última palavra sobre incluir estava distituída de sentido, e eu com a teoria nas mãos, sem ter como fazer-lhe factível.
Em muito momentos questionei-me para que tantas leis se não chegavam as escolas e sua equipe, e o que ofereciam era tão aquém ao possível.
A velocidade dos estudos sobre inclusão infelizmente é geométricamente proporcional ao seu completo desconhecimento nos estabelecimentos de ensino.
Trilhei cada meandro desse caminho, atribuindo importância a cada termo de nossa língua, pois trazem consigo um atuar em relação ao acesso, permanência e qualidade no atendimento ao deficiente escolarizado.
sinuosa estrada para a inclusão
...continuação da monografia
Os termos integração, inserção e inclusão são usados muitas vezes como sinônimos, nos estabelecimentos de ensino, pelo corpo docente, administrativo e comunidade escolar.
Devido a pesquisas para expender a inclusão, esses conceitos atualmente assumem caráter distinto, porém mantém conotação, quanto a forma de conduta, para promover a interação entre escola e alunos PNEE.
a) Integração
“A integração educativa-escolar refere-se ao processo de educar-ensinar, no mesmo grupo, a crianças com e sem necessidades especiais, durante uma parte ou na totalidade do tempo de permanência na escola”. (MEC, 1994)
“Integração é um processo gradual e dinâmico que pode tomar distintas formas de acordo com as necessidades e habilidades dos alunos”. (Cordeiro, 2001)
A escola que integra o PNEE, procura otimizar a aprendizagem através de minimizar as necessidades especiais. Comumente prefere atendê-los em classes separadas, argumentando formarem um grupo reduzido, que por conseguinte, evidencia melhor rendimento escolar.
Segundo Mantoan, “toda criança precisa da escola para aprender e não marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte”. (MANTOAN,1988) Assim esses alunos PNEE estão integrados a escola regular de ensino, com os mesmos direitos de acesso e permanência, no mesmo grupo, porém com distinção de turma.
Em outros casos estão misturados a turma regular e são marginalizados pelos colegas, por não aceitarem suas diferenças. Denotando a falta de preparo social para integração do PNEE.Constatamos então que a integração como propósito de lei não se instituiu, pois o aluno permaneceu segregado dentro do contexto escolar.
O equilíbrio emocional do aluno PNEE é fundamental para seu desenvolvimento escolar, pois diariamente busca vencer os obstáculos advindos pela sua diferença, num constante aceitar-se e negar-se.
Enfrentar portanto um grupo despreparado que lhe atribui rótulos e o estigmatiza, é uma tarefa árdua que mina sua auto-estima, desmotiva sua freqüência e dificulta o rendimento escolar.
Segundo Branden a auto-estima tem dois componentes inter-relacionados. A auto-eficiência que significa confiança na capacidade de pensar e o auto-respeito que é uma atitude de afirmação do direito de viver e de ser feliz.
O aluno PNEE com baixa auto-estima está prejudicado em sua real capacidade de desenvolvimento, ferido no seu direito de existir e conviver.
Assim resume Branden: “a auto-estima é a disposição para experimentar a si mesmo como alguém competente para lidar com os desafios básicos da vida e ser merecedor da felicidade”. Observamos que a integração, por si só, se esvazia como propósito de inclusão, promovendo seu oposto, o isolamento social.
Magda Cunha
*Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
consultora na rede pública e particular de ensino.
mag-helen.maravilha@gmail.com
www.promaravilha.blogspot.com
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