Abaixo uma escola que pensou e inovou na forma de educar.
Vale observar como é possível mudar.
Boa leitura!
Magda Cunha
Fonte http://porvir.org/sem-provas-ou-divisao-por-disciplinas-escola-promove-educacao-holistca/
Crédito: Marina Lopes / Porvir
Sem provas ou divisão por disciplinas, escola promove educação holística
Wish Bilingual School incentiva a livre exploração e a aprendizagem por meio de projetos para fortalecer a autonomia dos alunos
por Marina Lopes 17 de maio de 2016
Voltada para a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental, a escola tem pouco mais de cem alunos e trabalha com a metodologia de projetos para incentivar que eles construam conhecimentos a partir dos seus interesses. A proposta é pautada por diferentes aspectos que envolvem corpo, mente, espírito, autoconhecimento, relação com o mundo e com os outros.
Por lá, tudo pode ser tema de pesquisa, desde o nascimento dos bebês até a história da paquistanesa Malala. A aluna Lara Muniz, 9, do 4° ano, por exemplo, está estudando as florestas para construir uma maquete da natureza. “A gente pode fazer tudo o que quiser. Tudo está ao nosso alcance”, conta a menina, que está na Wish há dois anos e meio. Diferente da sua antiga escola, onde precisava “escrever de cara na lousa”, por meio das investigações ela diz aprender brincando. “Você vai fazendo o seu projeto e do nada percebe que usou matemática para calcular quantos centímetros de uma papel vai precisar”, exemplifica.
Crédito: Marina Lopes / Porvir
Após trabalhar por anos como professora de inglês, Andressa decidiu começar uma escola bilíngue quando estava procurando um local para matricular a sua filha, que na época tinha dois anos. E apesar de oferecer um ensino em duas línguas simultâneas, a Wish nasceu com uma proposta tradicional. No final de 2012, entretanto, após participar de uma viagem para conhecer escolas inovadoras na Espanha, Dinamarca e Reino Unido, a diretora voltou motivada a colocar em prática o que tinha visto.
Aos poucos, começaram a surgir as transformações. Mudança de currículo, mudança de tempo, mudança de avaliação e mudança de espaços. O trabalho teve início com a formação da equipe e logo também teve que dar conta de explicar o novo modelo aos pais. “Em um primeiro momento a gente perdeu uns 20 alunos”, recorda.
Para explicar que as crianças não iriam mais fazer provas e não teriam aulas divididas por disciplinas, entre outras coisas, a solução foi trazer os pais para dentro da escola. Também começaram a ser enviados muitos materiais para casa, incluindo vídeos e leituras sobre novos modelos educacionais.
Reconhecida pelo MEC (Ministério da Educação) entre as 178 instituições educacionais brasileiras inovadoras, hoje a escola também conta com turmas multietárias. Com exceção do primeiro ano, alunos do 2° e 3° ano ou 4° e 5° ano desenvolvem atividades em conjunto. Cada sala tem em torno de 20 alunos e conta com uma dupla de professores. “Dá mais trabalho porque a gente tem que ir atrás de material. Mesmo a avaliação, não é só dar uma prova para saber o que está certo e o que está errado”, diz a professora Marina Gadioli, responsável pelas atividades de artes.
Como os alunos não fazem provas, a avaliação é feita por meio de observações e acompanhamento contínuo dos professores. Tudo fica registrado na plataforma Gold, que traz ferramentas para acompanhamento dos alunos e apresenta diferentes expectativas de aprendizagem a serem atingidas. “Cada um tem um ritmo de fazer sua atividade. A gente vai observando, registrando e acompanhando. Eles fazem tudo ao mesmo tempo, mas aqueles que têm dificuldade sempre pedem ajuda”, explica a professora Angela Graziela Fagá, que acompanha alunos do 2° e 3° ano.
Seguindo a proposta de que as crianças aprendam em ritmos diferentes e persigam suas motivações, a semana escolar tem início com a organização da agenda individual. Os alunos sentam com os professores e fazem um planejamento, que intercala momentos de livre exploração, acompanhamento individual, atendimento em pequenos grupos e períodos que envolvem toda a classe. “A gente brinca, faz lição, projetos e várias coisas”, conta o aluno Rafael Poiate, 9, do 4° ano.
No futuro, a ideia também é retirar as paredes. A escola já está com o projeto de mudança para um novo espaço, que contará com móveis e divisórias que se movimentam para criar pequenas salas ou um grande galpão.
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