A Psicopedagogia clareia a inclusão
continuação da monografia ...
O termo Psicopedagogia é comumente usado para referir-se aos processos psicológicos e pedagógicos ligados à aprendizagem e ensino.
Cabe ao psicopedagogo, entre outras atribuições, trabalhar com a inteireza do ser humano, garantindo-lhe o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento integral nos aspectos (bio-psico-social): - Mental, cognitivo, social, afetivo, espiritual e corporal; ser mediador para intervir, com competências frente as situações surgidas, clareando-as e aprofundando-as junto aos alunos, pais e outros profissionais ligados ao processo ensino aprendizagem.
Piaget ao estudar o desenvolvimento humano integrou os aspectos físicos, psíquicos e biológicos.
“Toda inteligência é uma adaptação; toda adaptação comporta uma assimilação das coisas do espírito, como também o processo complementar de acomodação. Logo, qualquer trabalho de inteligência repousa num interesse”.(Piaget)
O interesse não é outra coisa, com efeito, senão o aspecto dinâmico a assimilação.
Como foi mostrado profundamente por Dewey, o interesse verdadeiro surge quando o eu se identifica com uma idéia ou um objeto, quando encontra neles um meio de expressão e eles se tornam um alimento necessário à sua atividade.
As ciências humanas estão, pois, de certa maneira, enraizadas nas ciências físicas – nenhuma das ciências sendo evidentemente redutíveis à outra.
Segundo Morin:
“num sentido, tudo é físico mas, ao mesmo tempo, tudo é humano. O grande problema é, portanto, encontrar o difícil caminho da articulação entre as ciências que têm, cada uma, sua linguagem própria e conceitos fundamentais que não podem passar de uma linguagem à outra”.(Morin, 2003).
Piaget mostra que o sujeito humano estabelece desde o nascimento uma relação de interação com o meio. Passando por vários estágios de desenvolvimento, de acordo com sua maturação neurológica e ao final desses, torna-se autônomo para solucionar problemas simples e complexos (concretos e abstratos).
O termo interação social está intimamente ligado à proposta de Vygotsky, na medida em que este autor adota uma visão de homem que é essencialmente social: é na relação com o próximo, numa atividade prática comum, que este, por intermédio da linguagem, acaba por se constituir e se desenvolver enquanto sujeito.
Vygostky entende que o desenvolvimento é fruto de uma grande influência das experiências do indivíduo. Mas cada um dá um significado particular a essas vivências. Discorda que o processo de aprendizagem dependa exclusivamente da maturação, como alguns teóricos inatistas. Portanto o indivíduo se desenvolve por meio da aprendizagem e com aprendizagem se desenvolve, ciclicamente.
Ao interagir com a inteireza dos alunos o psicopedagogo considera suas diferenças individuais, sejam biológicas, psíquicas ou sociais e naturalmente o inclui nas práticas escolares.
Nesse processo paulatino a auto-estima é restaurada, o sujeito ganha força no enfrentamento das dificuldades, antes intransponíveis, e que reforçavam o estigma do fracasso escolar.
Atento as potencialidades dos alunos o psicopedagogo descobre outras competências pouco evidenciadas no convívio escolar. Partindo da queixa dos professores, promove desafios para solução e superação, a luz de novos caminhos.
Segundo Fernández “na escola, aprendem como cabeças sem corpo e, quando não aprendem, são enviadas ao hospital onde são consideradas organismos sem inteligência”. ( Fernández, 1991 )
O psicopedagogo vem para alterar esse mito social, que rotula muitas crianças de serem incompetentes para aprendizagem, isto é, sem inteligência.
Sua atuação autoriza o pensamento, permite o perguntar, deixa espaço para a imaginação e o prazer de aprender. Como retorno o aluno passa a ser autor do seu pensar, articula conteúdos, cria hipóteses sobre o mundo que o cerca e forma de intervenção.
Estimula a cooperação entre os alunos por acreditar que ninguém avança sozinho em sua aprendizagem, a troca é fundamental, todos tem muito que ensinar e aprender também.
A Psicopedagogia valoriza as diferentes habilidades dos alunos e não apenas a lógico-matemática e a lingüística, como é mais comum.
Segundo Noffs, “A restituição da unidade perdida entre ensino e a aprendizagem é que deve ser o foco da Psicopedagogia , e não o concentrar a sua atuação só na aprendizagem. Ensinar é permitir que as autorias do pensamento possam surgir no sujeito que aprende, ou seja, que o indivíduo, a partir dos conhecimentos transmitidos pelo docente (ensinante), possa reelaborá-los com base em sua história de novas possibilidades e compreensão, permitindo, ao sujeito que aprende, ser “o descobridor”, o “inventor”, o “agente” de seu conhecimento”. (Noffs, 2003)
Magda Cunha
Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
consultora na rede pública e particular de ensino
mag-helen.maravilha@gmail.com
www.promaravilha.blogspot.com
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