terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Limite e aprendizagem

O grande vilão na  rede pública e particular escolar é a falta de limites dos alunos, que prejudica a qualidade do ensino/aprendizagem e tem afugentado vários educadores do magistério.

Observamos  que  esse  desajuste  de  comportamento  se  dá   por   uma  gama  de  fatores.

Alguns questionamentos cabem nessa reflexão, seguem alguns mais relevantes a meu ver. 

O ajuste social dos indivíduos só é possível com mediação dos familiares?

As famílias estão terceirizando a educação da sua prole?

É o novo modelo de sociedade que impõe essa conduta?

Como a criança se posiciona mediante diferentes atitudes sobre uma mesma situação?

Os limites são impostos ou conquistados?

A qualidade do ensino/aprendizagem  fica prejudicada pela falta de limites dos alunos?

Como podemos atuar para uma coerência na instituição de limites entre escola/família?

Qual o perfil de educando que pretendemos formar?

Bom seria que todas escolas tivessem a oportunidade de realizar um trabalho junto às famílias, refletindo sobre essas questões, no intuito de auxiliar na formação de limites dos educandos  e  melhora  contínua do aprendizado e convivência escolar.

Seguem  algumas sugestões, do canal Discovery Kids Brasil, que acredito irão colaborar para melhorar a qualidade das relações no âmbito escolar.

Magda Cunha




FONTE: http://discoverykidsbrasil.uol.com.br/pais/artigos/sugestoes-na-hora-de-impor-limites/?cc=BR
        Sugestões na hora de impor limites













Uma das tarefas mais difíceis para os pais é impor limites aos filhos. Mesmo estando de acordo sobre a importância desta tarefa, muitos pais variam entre muito rigorosos e excessivamente liberais. Vamos apresentar aqui algumas
propostas para estabelecer limites.
Capacidade de espera
Os limites são bons para fortalecer a capacidade de espera dos filhos. Quando nascem, os bebês querem que suas vontades sejam atendidas imediatamente, e os pais fazem de tudo para atendê-los.
À medida que cresce, a criança aprende a esperar por meio da socialização, além de ter acesso a substitutos para os objetos primários de satisfação, como a chupeta, por exemplo, que substitui o seio materno.
Quanto maior a capacidade de espera, mais complexos se tornam esses substitutos. Uma criança pode se acalmar e esperar quando falamos, cantamos ou contamos uma história.

Os limites ensinam a criança a adiar seus desejos. Eles a preparam para situações parecidas que irá enfrentar ao longo da vida.
Tolerância à frustração
É imprescindível que a criança entenda que os pais às vezes dizem "não", e que não há como mudar tal decisão. A frustração que isso gera é inevitável, mas é importante aprender a lidar e conviver com esse sentimento porque são as regras, precisamente, que lhe darão segurança e ensinarão a confiar em um critério sólido. Se uma criança for mais forte que os pais, não vai se sentir protegida por eles.
Se fizer birra ou ficar irritada, é possível distraí-la ou acalmá-la com um abraço, mas nunca faça de conta que não está percebendo o que está acontecendo. Depois que tudo estiver tranquilo novamente, é importante conversar. Isso fará com que a criança aprenda com a experiência.
Entre a explicação e a rotina
O ponto de partida para impor um limite é explicar o porquê dessa imposição. Se o filho compreende o motivo da criação de uma regra ficará mais predisposto a obedecê-la. Isso também o ajudará a construir uma consciência própria de que valores de comportamento são importantes. Na hora de dar uma explicação é importante ser direto para não distrair a criança com rodeios desnecessários. É só dizer: "Empreste os seus brinquedos, porque assim seus amiguinhos também vão emprestar os deles para você".
Depois de imposto, é imprescindível que o limite seja sempre respeitado. Cada vez que surgir uma situação que exija a regra imposta, é importante ressaltá-la. Desse jeito não sobra espaço para a resistência ou a negociação e ela se tornará um hábito. Principalmente se a regra é uma rotina familiar, como a hora de ir para a cama.
Por que insistem em desobedecer?
Fazer com que seu filho aprenda a se comportar é uma tarefa muito difícil. Se ele insiste em desobedecer é sempre bom analisar, primeiro, se está realmente entendendo as regras. Muitas vezes parece que nos expressamos claramente, mas, na verdade, nosso filho não entende exatamente o que dizemos ou como fazemos alguma coisa. Também é possível que algo esteja atrapalhando a paz familiar: o nascimento de outro filho, instabilidade no trabalho, mudança de casa ou de escola, doenças ou divórcio. É provável que a desobediência seja a maneira que o filho encontra de mostrar que não está feliz com uma nova situação.
Por último, essa desobediência pode ser uma maneira de pedir carinho. Se os pais parecem bravos e inflexíveis quando impõem um limite, é possível que a criança pense que não é querida. Daí a importância de demonstrar firmeza sem perder o afeto.
O que fazer com os castigos e os prêmios?
Os castigos devem ser usados para corrigir uma atitude. Estes podem ser a privação de algo que tenha relação com o que a criança está fazendo. Por exemplo: "Se você tirar o tênis para brincar no parque nós vamos voltar para casa". É importante que isso seja dito logo depois que a criança apresente o mau comportamento para que ela possa estabelecer rapidamente uma associação.
Muitos pais usam prêmios para fazer com que os filhos sigam as regras. É importante ter cuidado para evitar o abuso dessa estratégia. A criança pode se acostumar rapidamente a negociar o prêmio, esquecendo que a verdadeira função de uma regra é fazer o melhor para ela e para as outras pessoas.
Respeito aos adultos
É importante ensinar os filhos a respeitar os adultos. Para isso, deve-se partir do princípio de que devem respeitar outros adultos como respeitam os pais. Esse comportamento nasce do amor e do respeito que demonstramos. Não podemos esperar que uma criança seja atenta e educada com a mãe se ela fala palavras feias, grita, diz mentiras ou bate no filho. Lembrem-se que os filhos aprendem o que vêem.
Não é preciso esperar que eles cresçam para serem educados nesse sentido. Trata-se de uma aprendizagem que começa no nascimento e se desenvolve por toda a infância. O mais importante é dar o exemplo.
Relação entre a família e a escola
A responsabilidade de educar um filho é muito grande. Essa educação oferece às crianças condições de se integrar ao mundo e à cultura com respeito e tolerância.
Essa tarefa não pode ser atribuída à escola. Os pais precisam assumir o compromisso de ensinar os filhos a se comportar. Quantas vezes ouvimos pessoas dizerem: "Na escola ele é um anjo, mas em casa é desobediente".
A obrigação de ensinar a se comportar não é exclusivamente da escola. Se isso é bem aplicado na escola, também precisa ser bem aplicado em casa. Se na creche a criança come sentada e espera sua vez para falar, precisa ter o mesmo comportamento em casa.
A relação entre a família e a escola precisa ser fluente e presente. Se não for assim, será difícil a criança adotar bons hábitos e haverá espaço para a criação de conflitos de autoridade. 


2 comentários:

  1. Gostei! Apesar de não ter filhos, leio muito sobre educação, imposição de limites e como trabalhar com crianças e lidar com adolescentes, pois são público alvo do meu trabalho enquanto Assistente Social na política de Assistência Social. O que a gente observa muito é que os pais não estão querendo ter trabalho no seu papel de primeiro educador e joga toda a responsabilidade para a Escola e é ai que os educadores sofrem. Admiro muito Vocês, Educadores!

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    1. Sim é verdade Kátia! Infelizmente a educação familiar está passando por dois momentos concomitantemente.
      O primeiro trata-se da valoração moral/social, um paradigma a ser estudado, não se tem certeza de como educar um filho para o mundo atual.
      E o segundo fator é o econômico, que trata-se de manter minimamente as necessidades de sobrevivência com dignidade.
      Juntando os dois a educação saiu perdendo em referência de atitudes/condutas familiar e o tempo dedicado a isso foi terceirizado para escola.
      Já sabemos que a sociedade tem como célula essencial/estrurural a família, na constituição dos seres.
      Se portanto ela altera sua qualidade no tratamento de sua prole fica difícil de encaminhar esses jovens à um perfil ajustado, producente e eficaz socialmente.
      Somente a escola em parceria com a família, juntos, poderão vencer esse desafio.
      Como diz o ditado: "- Uma andorinha só, não faz verão".
      Obrigada pelo comentário e pelo carinho conosco, educadores!

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