O português é a quinta língua mais falada no mundo, mas seu
aprendizado nunca despertou grande interesse nos países que não o
adotam. Não é um idioma internacional como o espanhol, falado em duas
dezenas de países e que só perde para o inglês como o mais ensinado como
segunda língua. Esse quadro, no que diz respeito ao português, está
mudando. Há um novo interesse pelo aprendizado de português nos Estados
Unidos e na Europa, resultado da maior relevância que o Brasil adquiriu
no cenário internacional, e ele pode ser medido pela demanda por
material didático usado em salas de aula. A editora brasileira SBS,
especializada na área educacional, já vendeu mais de 300 000 exemplares
de livros de ensino de português como língua estrangeira a dezenas de
países. É um número extraordinário, considerando-se que, no Brasil, a
tiragem da maioria dos livros é de 2 000 exemplares. "Os pedidos crescem
a cada ano", diz Susanna Florissi, uma das autoras dos livros,
juntamente com Silvia Burim e Maria Harumi.
As publicações da
SBS, com edições para diversos perfis de aluno - adolescente, adulto,
empresário -, são vendidas a universidades, professores particulares e
escolas de idiomas. A Universidade Harvard já utilizou um dos livros da
SBS para ensinar português, até criar sua própria publicação para esse
fim. Em Harvard, uma das universidades de maior prestígio dos Estados
Unidos, a disciplina de português como língua estrangeira passou a
atrair tantos alunos nos últimos anos que faltam professores para
ensiná-la. "Enquanto o espanhol, o francês e o alemão perderam alunos, o
português só cresce e até já ultrapassou o italiano", diz Clémence
Jouët-Pastré, diretora do Departamento de Línguas e Literatura Românica
de Harvard.
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