Nessa postagem
de Ari Vieira constatamos o motivo da luta pela inclusão.
Essa pesquisa, por si só, revitaliza a esperança e evidencia a importância das pessoas com deficiência
participarem ativamente da sociedade,
seja através da escola ou não.
Todos aprendemos e ganhamos com essa convivência, não se trata
de estarmos fazendo algum favor aos deficientes
e às suas famílias, e sim lhes
legitimando o direito da cidadania.
Eu
tenho essa experiência
em casa, meu filho caçula, desde
de que nasceu foi incluído socialmente, hoje
trabalha, faz faculdade e luta arduamente para que seu handicap
(vantagens e desvantagens de
sua deficiência em
relação ao padrão
social) seja contemplado,
adequado, adaptado e compreendido por onde quer que ele passe.
Não
foi fácil nossa
jornada, tive que
mudá-lo oito vezes de
escola, durante o ensino
fundamental, houve rejeiçao
por parte dos
professores e colegas,
assim como houve quem abraçasse a
causa e o ajudasse com muito amor
e competência, o "X" da
questão é não desisitir, ter
uma meta, um objetivo
e segui-lo com
fé.
Vale
lembrar que no período alternado
ao da escola, meu filho frequentava
vários centros de reabilitação, públicos
e particulares, não
lhe foi suprimido o atendimento
dos médicos e especialistas que necessitava, como exemplo, as
fisioterapeuta, fonoaudióloga e
psicóloga.
As
tenho em meu coração, passaram a
fazer parte da família, Neusa, Ana,
Lara, Antji e muitas outras, meu muito obrigada carinhoso a essa equipe
maravilhosa.
Não seria
possível também sem o apoio
do empresário José Cutrale, (através do meu cunhado Edem Almeida), que custeou
a escola Jatty Maternal
e Jardim por um período expressivo. A ele, já falecido, minha gratidão incondicional pela sua
auteridade (capacidade de colocar-se no lugar do outro), ele faz parte
dessa vitória.
Magda Cunha
Fonte:
http://arivieiracet.blogspot.com.br
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
Folha online
Estudo
da Apae de
São Paulo recém-concluído indica
que crianças com deficiência intelectual em escola comum se desenvolvem melhor
do que em unidade especial.
O
resultado é elemento
novo em debate que divide as famílias e até mesmo as Apaes: Para o
deficiente são melhores as escolas regulares, com contato com outras crianças,
mas atendimento menos individual? Ou as especiais, com atendimento especializado, mas sem convívio
com colegas sem deficiência?
Em 2007, a Apae de São Paulo decidiu seguir recomendações internacionais, como da ONU, para que crianças deficientes frequentem escolas comuns. Assim, extinguiu o colégio especial e passou a oferecer apenas atividades de apoio aos jovens.
As famílias tiveram de matricular as
crianças em outras escolas, de ensino fundamental. A Apae de
SP conseguiu acompanhar
a evolução de
62 delas; 40 em escolas regulares públicas; 22 em
especiais.
Considerado
pela Apae como o primeiro
estudo quantitativo do
país sobre o
tema, a pesquisa verificou que, após três anos, quem estava em escola
regular melhorou a autonomia, a socialização e, principalmente, a comunicação
(as áreas avaliadas).
Essas crianças passaram a, por exemplo, se
locomover sem ajuda pela escola; a procurar outros colegas para brincar; e a
transmitir suas ideias, por meio da fala, de gestos ou de imagens.
Os jovens que estavam em escolas especiais
praticamente não tiveram evolução nas três áreas consideradas.
Os dados, antecipados à Folha, foram
levantados por pedagogas da Apae SP, por meio de observação.
"O convívio com as demais crianças
parece ajudar no desenvolvimento", disse Laura Guilhoto, coordenadora do
Instituto Apae de SP.
A pesquisadora diz que os resultados podem
ser considerados válidos para outras crianças em perfil semelhante ao do estudo
(com deficiência leve a moderada, que vivem em uma grande cidade).
"Respeitamos a pesquisa, mas
consideramos que representa um público muito específico", disse Fabiana de
Oliveira, coordenadora de educação da Federação Nacional das Apaes. "São
necessários mais estudos para termos um resultado claro."
Apesar de todas terem o nome de
Apae, as entidades espalhadas pelo país podem ter políticas diferentes. A
federação, por exemplo, defende as escolas especiais.
"As turmas são menores, o
atendimento é especializado. A escola comum tem um currículo a ser cumprido. A
criança deficiente fica de lado", afirmou Oliveira.
FAMÍLIAS
"Pode me prender que eu não
coloco minha filha em escola comum", disse Sandra Regina Salvador, 44, mãe
de adolescente deficiente, de 13 anos, da região de Paralheiros (zona sul de
SP).
"Na televisão é bonito, a inclusão
funciona. No mundo real, quem vai cuidar dela numa sala cheia?". Sandra
conta que, mesmo sem contato com crianças sem deficiência, sua filha tem
evoluído. "Ela aprendeu a pegar água sozinha, comida na panela. Não fazia
nada disso."
Para Gonçala do Amaral, 56, mãe
de deficiente de 15 anos, o filho teve uma socialização melhor após entrar na
escola regular pública, no Grajaú (zona sul de SP).
"Tem professor que mostra
alguma rejeição contra ele. Mas a maioria demonstra muito carinho", diz
Gonçala.
Por lei federal, atualmente, as
famílias devem "preferencialmente" matricular as crianças deficientes
em escolas regulares.
O debate, porém, não acabou. Em discussão no Congresso, o
Plano Nacional de Educação poderá definir se a escola regular será obrigatória
ou só uma preferência.
Fonte: http://arivieiracet.blogspot.com.br